AMELIA ECKHART
A primeira mulher a atravessar o Oceano Atlântico com um avião, defendeu a independência feminina. Acabou desaparecendo no meio de um voo
Ela teve uma infância feliz e uma adolescência difícil. Não concluía nenhum curso que começava nem durava em empregos.
Até que em 28 de dezembro de 1920, visitou com o pai um pequeno aeroporto em Long Beach, na California (EUA). Ao preço de US$ 10, ela ganhou um passeio com o piloto Frank Hawks.
“No momento em que passei de 60 metros do chão, eu sabia que tinha que voar”, lembraria, vários anos depois. Amelia Eckhart, havia encontrado seu destino.
Para pagar pelas lições, juntou US$1,000 dirigindo caminhões, consertando telefones públicos, fotografando eventos. Sua professora foi a pioneira Anita Snook, uma das primeiras a voar e a criar uma companhia aérea. A fim de chegar ao campo de treino, Amelia precisava caminhar 4 Km.
MUITOS RECORDS
Quando se tornou a 16ª mulher da história a receber uma licença de piloto, em 1923, ela já tinha batido um Record: meses antes alcançou a altitude de 4.300m, o mais alto que qualquer aviadora já tinha chegado.
Outras marcas viriam: em agosto de 1928, ela se tornou a primeira aviadora a atravessar a América do Norte de ponta a ponta, ida e volta. E o mais importante: em 1932, com um Lockheed Vega 5B, tornou-se a primeira mulher a atravessar o Oceano Atlântico em voo solo.
Ela já havia feito a viagem quatro anos antes, mas como passageira. Na época, já havia ficado famosa simplesmente por ter sobrevivido ao trajeto na companhia do piloto Wilmer Stultz e do copiloto Louis Gordon. Ao retornar, havia sido recebida com honras na Casa Branca.
A travessia como passageira fez de Amelia uma celebridade. Ela havia se tornado garota-propaganda, anunciando de chicletes até a sua própria marca de roupas. Usava os lucros para bancar os seu voos e de suas colegas mulheres. Ela já tinha, portanto, fama e dinheiro. Mas o voo de 1932 a transformou num mito.
MISTÉRIO NO FIM
Foi um trajeto difícil. A pilota encontrou ventos fortes e teve problemas mecânicos. Queria descer em Paris, mas acabou parando no norte da Irlanda. Tinha 34 anos, e ao retornar acabou se tornando amiga da primeira-dama, Eleonor Roosevelt.
A partir de então, Amelia começou a assumir desafios cada vez mais difíceis. Cada um deles era um grande acontecimento, e ela passou a ter que tomar cuidado para aterrissar, tamanha a multidão que a aguardava.
Em 2 de junho de 1937, seu avião desapareceu depois de deixar a Papua Nova Guiné durante uma tentativa de cruzar o planeta.
A tragédia só fez a lenda aumentar: ela teria sobrevivido e morado numa ilha ou sido sequestrada por japoneses, ou retornado para os Estados Unidos com outro nome. Ainda hoje os ossos de Amelia são procurados no Oceano Pacífico.
ACERTOS
Mudou a aviação
Mais do que provar que mulheres poderiam ser pilotas, Amélia também convenceu o público americano de que aviões eram o futuro.
REVOLUCIONOU O CASAMENTO
Ao se unir ao seu empresário, George Putman, ela se recusou a mudar de nome e fez questão de dividir tarefas e dinheiro de igual para igual.
INFLUENCIOU A MODA
As roupas da marca AE tinham que ser fáceis de lavar, para Amelia, as mulheres não podiam passar o dia fazendo faxina.
FRACASSOS
FALHOU NA COMUNICAÇÃO
É provável que o último voo tenha acabado em tragédia por culpa de um erro na escolha da frequência de contato por rádio. O aparelho era novo, mas, impaciente para seguir viagem, Amélia e seu copiloto Fred Nooman não pararam para estudar como ele funcionava.
ABUSOU DOS RISCOS
Com voos cada vez mais difíceis e com menor tempo de preparo, a aventureira americana começou a se colocar em situações muito perigosas. Já havia sofrido alguns acidentes graves, incluindo erros na aterrissagem.
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