terça-feira, 14 de agosto de 2012

MORRE AOS 85 ANOS O DESENHISTA JOE KUBERT


Um dos maiores nomes dos quadrinhos faleceu nesse domingo: Joe Kubert  com 85 anos, ele  é considerado uma lenda viva da arte sequencial. Em 1976, ele fundou a Kubert School, renomada escola de artes gráficas e histórias em quadrinhos dos Estados Unidos.  Em sua carreira tem passagens elogiadas por títulos como Tarzan, Sargento Rock, Gavião Negro e Ás Inimigo.






Sua influência é tão intensa que seu nome entrou  para o Jack Kirby Hall of Fame, do Harvey Awards, e para o Will Eisner Comic Book Hall of Fame , duas importantes instituições do mundo dos quadrinhos.Ultimamente cuidava da arte-final da série Before Watchmen: Nite Owl da DC Comics que mostra o Coruja em início de carreira.


Está  programada para outubro a publicação da série  Joe Kubert Presents  pela DC , uma antologia de histórias de Kubert ao lado de outros artistas que mostrara personagens como  o Gavião Negro com traços e roteiros do mestre. Kubert deixa dois filhos, Andy e Adam , ambos também artistas de HQs.


A causa da morte ainda não foi informada.










NOTÍCIAS SOBRE O FANTASMA


ENTREVISTA

Tony De Paul



“Dando continuidade ao Espírito que Anda”

Olá amigos o Fantasma Brasil temos a grata satisfação de trazer uma entrevista com o escritor Tony De Paul; que após o falecimento de Lee Falk (13 de Março de 1999); foi escolhido para sucede-lo, para dar continuidade a obra do Fantasma, esta entrevista foi extraída do blog “Chronicle Chambers - (CC)”.

Tony De Paul escreveu inúmeras histórias do fantasma desde os anos 90, apresentando algumas das mais incríveis aventuras do Espírito que Anda. No ano passado escreveu a polêmica aventura: A morte de Diana, perdendo apenas para Claes Reimerthi na história: Coração brilhante das Trevas; e para Joan Boix, quando se trata de ter criado a história mais audaciosa já escrita para o Fantasma. Tony De Paul gentilmente tirou um tempo de sua ocupada agenda para falar com Paul Andreas Jonassen e responder a algumas perguntas sobre seu trabalho de criar histórias para: “O Homem que Não Pode Morrer”.

Vamos acompanhar a entrevista e conhecer um pouco mais deste grande escritor:

CC - Não há como negar que a tira diária do Fantasma sofreu uma modernização nos últimos anos. Eu pessoalmente senti que esta mudança começou com a vinda do desenhista Paul Ryan. Você concorda com isso?

Tony - Claro, isto é uma grande verdade. Isto é uma coisa muito normal de acontecer quando um novo artista assume um personagem, ele traz uma renovação e uma nova visão que acaba atualizando e modernizando a obra. Wilson McCoy conseguiu isto depois de Ray Moore, o grande Sy Barry repetiu a façanha novamente após McCoy e assim por diante. E mesmo assim as tiras de Ray Moore ainda me impressionam e continuam imbatíveis! Um trabalho fantástico. Eu suspeito que Paul Ryan não iria gostar deste meu comentário, porque eu sei o quanto ele respeita o trabalho daqueles que vieram antes dele. Temos a sorte de ter sempre o "melhor artista do momento" trabalhando na tira diária do Fantasma.

CC - Isso pode ser apenas algo que eu sinto, mas: nos últimos anos, realmente parece que você decidiu tomar um olhar mais profundo para o homem por trás da máscara, e, possivelmente, um tom mais sério. Isto foi uma decisão consciente?

Tony - Absolutamente. Em A Morte de Diana eu queria ver como o Fantasma se comportaria se ele acreditasse que tinha sofrido esta grande perda e se poderia ter forças para continuar o seu legado como o 21° Fantasma, terminou não pela sua própria morte, mas pela vingança de um inimigo que tinha como objetivo atingir um ente querido seu. Sua depressão no assassinato de Diana era aparente. Ele sempre foi um bom pai quando ele enviou Kit e Heloise para viver com os Luaga após o atentado terrorista em Mawitaan! É aberto um debate. Alguns leitores provavelmente achavam que ele era um pai carinhoso demais e deveria ter sido mais firme para com seus filhos. Por outro lado, vimos como ele é ferozmente leal a Diana. Muitos homens não conseguiriam resistir a sensualidade e atração de Savarna mas o Fantasma nunca foi tentado a desrespeitar a  memória de sua esposa e seguir em frente.

CC - Você é um usuário ativo do Facebook, o que dá aos fãs a oportunidade de comunicar-se diretamente com você. Que tipo de resposta que você recebe de leitores? Já chegou a receber ameaças de morte, pelos fanáticos puristas da obra de Lee Falk?

Tony - Não houve ameaças de morte até agora! Todos os fãs que conheci no Facebook são bem equilibrados e muito divertidos. Através de outros canais, e-mail e correio, eu tenho tentado escapar de alguns poucos mais descontentes, e não estou mais aparecendo em minhas fotos de collant roxo, e tenho dispensado a .45; rs rs rs rs. Mas, quanto ao meu Facebook, tenho deixado minha página recentemente meio que desatualizada. Eu não sou um fã do império Zuckerberg. Ele e seus asseclas continuam encontrando novas maneiras de levar a questão de que o conteúdo gerado pelo usuário não pertence ao usuário, mas para eles, então quando não era mais divertido estar participando, resolvi verificar. Quando você ouvir sobre o Next Big Thing, um hiper, novo, mais user-friendly, estas novas plataformas de mídia social, me avise!

CC - Você mencionou o desejo de escrever um romance com um enredo baseado na morte de Diana, que eu como grande fã dos romances excelentes de Lee Falk sobre o Fantasma fico esperando ancioso. Você acredita que isto ainda irá acontecer? Será que vamos ver o conteudo de um livro que não poderia ser mostrado em uma história em quadrinhos?

Tony - Tanto quanto eu sei, a minha proposta ainda está valendo para a King Features e está sendo discutida com os editores externos. Eu adoraria escrever esse livro. Seria poder ir muito mais além na exploração de humanidade do Fantasma e da concepção do que os leitores veem na tira diária.



CC - A recente minissérie da SyFy e as edições em curso da Dynamite em quadrinhos retrata as aventuras do 22° Fantasma. Você vê alguma vantagem em mudar o personagem principal dessa maneira, e você teria feito a mesma mudança na tira diária, se lhe fosse dada a oportunidade?

Tony - Eu gostava da série SyFy, basta levá-la para o que era, um olhar muito diferente no Fantasma. No entanto eu não gostaria de ir tão longe na tira diária. Eu faço tudo para preservar o legado de Lee Falk levantando dados e até as maneiras que parecem claramente necessárias, como a atualização do Fantasma na velocidade na Internet.


A tira diária do Fantasma no elegante desenho de Paul Ryan, que forma com Tony De Paul uma grande dupla.

Eu tento honrar o passado, sem estar preso nele. Nenhum leitor com menos de 50 anos pode aceitar o Fantasma ainda se utilizando do Correio dos macacos ou o Fantasma subindo num poste de telefone para entrar em contato com o coronel Worubu. Hoje temos acesso à Internet estabelecida na Caverna da Caveira e na Mesa de Walker. E o Fantasma terá um telefone inteligente dos dias de hoje! Talvez logo depois que eu conseguir um; rs rs rs rs.

CC - Qual é o maior apelo do Fantasma? Existem limitações óbvias quando narra suas aventuras?

Tony - Seu maior apelo para mim é a sua coragem, bom coração, a luta pela justiça, igualdade, vontade de seguir em frente, não importa como. Em suma, a sua integridade como homem. Essa limitação é óbvia - Espaço! Como invejo Lee Falk pelo espaço que ele tinha para trabalhar a anos atrás na Época de Ouro. É difícil contar uma história em duas plataformas por dia, e a arte fica tão pequena quando você vai para três plataformas por necessidade. Mesmo com os jornais em vias de extinção, o formato de jornal continua a ser o critério, que dita o que podemos fazer ainda na versão eletrônica, onde o espaço é teoricamente ilimitado.

CC - Será que Paul Ryan tem alguma participação em seus scripts, ou ele "apenas" os executa graficamente?

Tony - Nós não escrevemos histórias juntos, mas de vez em quando Paul diz algo que desperta uma ideia para uma boa história para mim. Numa aventura recente das páginas dominicais, O Retorno do coronel Weeks, começou com Paul me perguntando o que tinha acontecido com o velho coronel. Por que ele foi repente, de um dia para o outro, substituído pelo jovem Worubu? Lee Falk nunca havia apresentado uma explicação para os seus leitores, e Paul sugeriu que apresentássemos esta explicação. Grande idéia! Paul é um profissional e faz seu trabalho da melhor maneira a cada história que ilustra, mas eu gosto de enviar o material que eu sei que tem um interesse especial.

CC - O Fantasma é muito popular na Europa, Austrália e partes da Ásia, mas é amplamente ignorado pelos americanos, que em vez prefere os personagens fantasiados, inclusive muitos deles inspirados no Espírito que Anda. Por que você acha que isto acontece?

Tony - Eu não tenho certeza se existe uma boa explicação sobre isso. Pode ser que nós simplesmente não estejamos mais lendo as tiras diárias. O Fantasma está fora da vista, longe do coração, e potenciais novos leitores nem sequer sabem que ele existe. Editores de jornais há muito chegaram a conclusão que somente as tiras diárias mais movimentadas e violentas são as que interessam para os leitores. Como um homem de jornal com 26 anos de experiência, posso dizer que os editores não tem a menor ideia do tipo de histórias que interessam aos leitores.

CC - Quanto tempo você acredita que ficará escrevendo as tiras diárias do Fantasma? Você consegue se imaginar escrevendo tantos anos, como fez Lee Falk?

Tony - Bem, eu sempre acho que a história que eu estou escrevendo hoje é a minha ultima história, não tenho nada como garantido. Dito isto, eu adoraria escrever o Fantasma enquanto for um trabalho bom e divertido, faze-lo enquanto a King Features Syndicate gostar do que eu estou escrevendo. O dia em que começar a me sentir como uma tarefa pesada e difícil, irei pedir a KFS para começar a procurar alguém para minha substituição. Claro que, uma mudança poderia originar desinteresses a qualquer momento. Muitos escritores que trabalham para as distribuidoras de tiras tem contratos de longo prazo. Eu não, e nunca terei. Eu me coloco a disposição de Brendan Burford, meu editor em Nova York. Gosto de trabalhar dessa maneira, com um aperto de mão e boa vontade, voluntários de ambos os lados.



CC - A Morte de Diana foi um grande sucesso, a julgar pela resposta dos fãs. É este tipo de "experiência" (ou seja, uma divisão do enredo enorme em partes separadas) algo que você estaria interessado em tentar novamente?

Tony - Sim! ele está sendo analisado outra vez em que falamos, em ambos as plataformas: tira diária e páginas dominicais. A história cotidiana a distensão com crime é a primeira de três partes. Os dois que se seguem são o Covil dos Tigres e Fantasma no México. Essas partes foram publicadas de 12 de dezembro de 2011 e 9 de abril de 2012, respectivamente. A história das páginas dominicais o Nomad é a primeira de duas partes. A segunda parte, está prevista para começar em 25 de setembro, é chamado de As Sombras de Rune Noble.


Página dominical da Dupla: De Paul / Ryan

CC - Estive decepcionado que não houve mais episódios de The Game of Death (uma ficção científica série back-up escrito por Tony DePaul e desenhada por Kari Leppännen), que decorreu em muitas edições das revistas escandinavas do Fantasma na década de 90 e 2000). Você acha que esta série tenha chegado ao fim?

Tony - Temo que sim. Mas eu adoraria pegar essa história novamente. Agora você me deixou pensando ... Por que será que a Egmont nunca publicou o episódio "final" que escrevi há tantos anos atrás? Assim, teríamos a oportunidade de continuar em um futuro próximo em vez de me envolver em outras coisas? Hmmm ...

CC - Entre outras coisas, você também trabalhou como jornalista e roteirista. Você tem algum projeto fora da obra do fantasma em andamento? Lembro-me de ter lido em seu Facebook que você estava trabalhando com um produtor de cinema.

Tony - Um dos meus scripts foi analisado ano passado, mas eu nunca tive o tipo de acesso a Hollywood, um escritor precisa ser lido pelos grandes produtores, aqueles que têm a reputação e dinheiro para fazer as coisas acontecerem. Tentar roteiros de mercado é um jogo difícil, somente para aqueles, pelo menos, com cabeça-dura como eu e, preferencialmente, dez vezes mais teimosos. Tenho trabalhado em outros projetos, estive trabalhando em um romance recentemente e sobre uma proposta de um livro de não-ficção com um repórter do Boston Globe.

CC - Você com certeza assistiu o filme do Fantasma, estrelado por Billy Zane, e a mini-série da SyFy! O que você achou? E como seria um filme do Fantasma escrito por Tony DePaul?

Tony - Seria bem Noir, o Fantasma seria uma criatura da noite, e ele iria ficar como no universo de Falk. Guran seria Guran, e não Kato. Os piratas estariam presentes mas sem exageros, caveiras mágicas não existiriam. Gostei do trabalho de Billy Zane e acredito que ele fez um ótimo trabalho com o roteiro que ele tinha e como a produção desejava. Fiquei decepcionado que o filme foi dirigido a um público muito jovem, e na venda de Cards e figuras de ação e todas essas bugigangas! Eu adoraria ter a oportunidade de escrever um filme do Fantasma, numa linha destinada a adultos.

Queremos deixar nossos agradecimentos, por podermos divulgar esta entrevista, que foi postada pelo melhor blog de informações da atualidade sobre o Fantasma: o “Chronicle Chamber”, não deixe de conhecer.




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