Escandinávia e Região Nórdica
Um dos lugares onde o Fantasma é muito popular, e até mais popular do que em seu país de origem o EUA, é a Suécia e os países da região nórdica.
E a “Egmon Publications” é a editora que publica a revista quinzenal, na Suécia intitulada “Fantomen”, na Noroéga como “Fantomet” e na Finlândia sob o título “Mustanaamio” (Mascara Negra) em formato semelhante.
As historias do Fantasma criadas pela Egmont pela equipe de escritores e ilustradores são posteriormente traduzidas para o inglês e republicadas pela editora “Frew Publications” da Australia.
A data de capa da primeira edição de “Fantomen” é Outubro de 1950, e depois disso foram mais de 1600 edições publicadas.
Fantomen # 1 - 1950
O Fantasma pode ter sido uma criação norte americana, e a Austrália pode ser o seu reduto de língua Inglêsa, mas a editora suéca Semic (agora chamada de Egmont) é responsável pela criação de duas vezes mais histórias do Fantasma superando o próprio criador do personagem Lee Falk em seus 63 anos de carreira. As histórias em quadrinhos suécas do Fantasma: Fantomen, tem sido publicada de forma ininterrupta desde 1950, foram mais de 1.300 edições já publicadas, e a revista continua forte no mercado.
A primeira história de criação suéca para o Fantasma foi publicada já em 1963, e hoje o número de historias já é superior a 900. Uma das caracteristicas destas histórias é que enquanto as histórias norte americanas possuem de 20 a 24 páginas, as histórias criadas na Suécia tem mais de 30 páginas.
Entre os artistas e escritores mais prolíficos que criaram histórias do Fantasma para a editora suéca, destacam-se: Dick Girdano, Donne Avenell, Heiner Bade, David Bishop, Georges Bess, Jaime Vallvé, Joan Boix, Tony DePaul, Ulf Gramberg, Ben Raab, Rolf Gohs, Scott Goodall, Eirik Ildahl, Leppanen Kari, Hans Lundström, Lindahl Janne, César Spadari, Bob McLeod, fr; Jean-Yves Mitton, Lennart Moberg, Claes Reimerthi, Paul Ryan, Alex Saviuk, Grahan Nolan.
Os artistas e escritores que tem trabalhado nestas histórias suécas foram intitulados de: “Team Fantomen”.
Nos ultimos anos a equipe foi criando novos personagens para o universo do Fantasma, como o caso de Singh Sandal membro da Irmandade Singh que chegou a tomar posse como presidente de Bangala, criando grandes dores de cabeça para o Fantasma e para seu casamento com Diana.
A Egmont Publications é bastante conhecida pela inumeras aventuras históricas com os ancestrais do Fantasma, detalhando a vida dos Fantasmas e colocando-os em eventos históricos reais, encontrando inumeras figuras históricas neste processo.
Equipe criadora da editora Egmont, conhecido com “Team Fantomen”
Uma curiosidade é que ao invés do uniforme “roxo” utilizado nos EUA, o traje do Fantasma escandinavo e “azul escuro”.
Uniforme “roxo” do Fantasma norte americano
Uniforme “azul” do Fantasma da Escandinávia
O Fantasma no belíssimo traço de Sal Velluto
Um Pouco da Longa História
dos 60 Anos da Egmont
A republicação das histórias antigas (republicadas até, pela terceira vez), e apenas ocasionalmente uma ou outra história nova das tiras diárias, não ajudava muito para melhorar as vendas. Para salvar a situação, os editores (liderados por Ebbe Zetterstad) conseguiram da King Features o licenciamento para produzir suas próprias histórias do Fantasma para o mercado sueco.
A histórica primeira aventura do Fantasma criada na Suecia, foi escrita por Bertil e desenhada por Wilhelmsson, e apareceu em Nr.8/1963 Fantomen.
Primeira história criada na Suécia em 1963
A partir de 1964, o número de edições do Fantomen aumentaram a cada ano até que finalmente voltou a uma programação quinzenal em 1968. . Isto, obviamente, exigiu mais histórias de Fantasma, então ao invés de criar novas histórias a partir do zero, os editores tiveram a idéia de importar histórias do Fantasma criadas pela editora “Spada Fratelli” da Itália (e que eram reeditadas na França).
Um total de 79 histórias italianas foram publicadas na revista Fantomen 1968-1974. Com uma abundância de material novo para publicar, a Egmont deixou a reimpressão das velhas histórias das tiras diárias e páginas de domingo, e ainda acrescentou as novas histórias das tiras diárias e páginas de domingo, após serem publicadas nos jornais.
Uma das edições italianas da editora Spada Frateli
A década de 1970 marca o ponto alto no sucesso da revista Fantomen. A média de vendas foram mais de 160.000 exemplares por edição e as duas edições mais vendidas na história da revista, venderam mais de 200 mil cópias cada. Essas edições foram surpreendentemente Nr.6/1978 (o casamento do Fantasma) e Nr.20/1979 (Os bebes do Fantasma).
O Casamento do Fantasma
Os Bebes do Fantasma
Logo ficou evidente que era necessário sangue novo, pois a equipe mostrava um certo desgaste e a morte prematura de Vallvé que escrevia 8 contos por ano enfraqueceu mais ainda a equipe.
Escritores britânicos como: Norman Working e Donne Avenell preencheram essa lacuna que Knutsson e Lundström haviam deixado no final da década de 1970, e novos artistas Heiner Bade, Georges Bess e Kari Leppanen se juntaram a equipe de arte em 1980.
Wilhelmsson e Eralp tinham trabalhado principalmente fazendo lápis / arte finalizando a nankin os trabalhos da equipe por alguns anos, até Wilhelmsson deixou temporariamente em 1979, ficando Eralp sozinho novamente.
O início de 1980 viu a entrada de diversos escandinavos como novos membros da equipe Fantomen, e também foi a era de: Eirik Ildahl (Idi Kharelli) e Knut Westad da Noruega, Alfredsson Diane (Dai Darell), Reimerthi Claes (Michael Tierres) e Hans Lindahl da Suécia.
Desde o final dos anos 1970, a revista em geral e as histórias de fantasma em particular tornavam-se mais e mais "suecas".
Os leitores tiveram grande interesse em seus "próprios" artistas e escritores, e este fato elevou o número de vendas das revistas.
No final da década de 1980, veio a "onda latina" de artistas inscritos Team Fantomen: César Spadari (da Argentina), Carlos Cruz (da Argentina / Espanha), José Casanova (da Espanha) e, claro, Felmang (da Itália), que 20 anos antes tinha trabalhado em O Fantasma para a editora Spada Fratelli na Itália.
mudança para a revista em cores chegou a tempo para a edição de # 1000 do Fantomen que foi publicado em Agosto de 1991 (# 17/1991), somente sete meses depois a Frew Publicações chegou ao # 1000 na Austrália.
No final de 1993, Egmont parou de publicar as últimas histórias das tiras diárias e páginas de domingo na revista Fantomen.
Não havia absolutamente nada de histórias de Lee Falk publicado no Fantomen entre 1994 e 1995! As últimas publicações de tiras diárias e páginas de domingo foram transferidos para a álbuns de Natal entre 1994 e 1998.
Isto foi interpretado como significando que os editores suecos consideraram a qualidade das histórias da obras nos últimos tempos das tiras de jornal, estavam abaixo do padrão que eles queriam para suas publicações.
Em 2003, uma história da tira diária recente “os caçadores de tesouros” (D198), foi finalmente trazida de volta à revista Fantomen, mas com o lápis George Olesen arte finalizada por Kari Leppanen - uma estratégia usada pela primeira vez em 1968-74, com as histórias do italiano Fratelli Spada.
Outra tentativa para aumentar as vendas foi a famosas histórias da “Linha Lubanga” que começou em 1994. Tudo começou em Dezembro de 1992, quando Ulf Granberg convocou um grupo de pessoas para os primeiros seminários (de muitos) sobre o Fantasma.
O objetivo do seminário era de reavaliar os conceitos do Fantasma e sugerir eventuais alterações. Uma idéia de Reimerthi era criar um inimigo que ameaçe seriamente o Fantasma e não seria tão facilmente derrotado.
O Fantasma também pôde ser privado de muitas coisas que o havia ajudado no passado, ele não teria mais controle sobre a Patrulha da Selva, Luaga já não seria presidente, e Diana e os gêmeos se mudaram para os EUA. O enredo exigiu uma abordagem completamente nova tanto de editores como do TeamFantomen.
Em vez de cada escritor chegar com suas próprias histórias (como acontecia anteriormente), tinham de seguir as diretrizes fixadas sobre os seminários (apelidado de "The Brain Trust") para fazer com que cada história se encaixam no enredo da Linha Lubanga .
Criativamente, este foi um ponto alto para o Team Fantomen, com histórias emocionantes e interessantes. No entanto, apesar de uma campanha publicitária maciça, não ocorreu um aumento esperado das vendas. Portanto, em 1996 a Linha Lubanga foi abandonada e as histórias tornaram-se mais do tipo comum novamente.
"O Brain Trust" ainda se reúne uma ou duas vezes por ano para definir as diretrizes e a orientação futuras das histórias. Granberg, Moberg, Lindahl, Reimerthi e Ihrstedt (até quando foi promovido a editor em 2001) sempre foram o "núcleo" do Brain Trust, com outros criadores provenientes de tempos em tempos.
Na tentativa de reduzir os custos de produção, Fantomen e a revista finlandêza “Musta Naamio” foram co-publicadas a partir de 1994.
O grande problema foi fazer a padronização pois a revista Fantomet era maior com 68 a 84 páginas, e teve este formato até 1997, quando voltou a ter 68 páginas de novo. Musta Naamio foi temporariamente uma revista mensal de 1997-2000, basicamente o que significou ter metade dos problemas da revista Fantomen que era quinzenal.
Musta Naamio agora está de volta em 26 edições por ano, embora sem a secção do fã-clube de 8 páginas, que agora aparece na Fantomen e Fantomet e dá a essas duas revistas uma maior identidade nacional.
Para comemorar o 60 º aniversário de O Fantasma, em 1996, as cinco primeiras histórias de Falk e Moore das páginas de domingo 1939-41 foram reimpressas em Fantomen. Fantomen - Den Vandrande Vålnaden Uma história em quadrinhos separada chamada Fantomen - Den Vandrande Vålnaden (O Fantasma - O Espírito que Anda) foi lançado no mesmo ano, e continha a cronologia nas reimpressões de Falk-Barry das histórias diárias começando com o mercado de escravos da mucar (D82).
A série de Falk-Barry das tiras diária reimpressas foram paralisadas na revista Fantomen em 1997, e uma nova série de tiras cronológicas de Falk-Barry das páginas de domingo foiram publicadas em 1999. Ambas as séries cronológicas de tiras diárias continuam a aparecer em Fantomen hoje .
Histórias clássicas Lee Falk estão firmemente de volta à agenda na revista Fantomen!
. Depois da "onda latina" em Team Fantomen veio a "onda americana".
Apesar de ser uma criação americana, para começar, nenhum americano tinha sido envolvido na Equipe Fantomen até 1991. Primeiro foi ninguém menos que George Olesen, assistente de longa data de Sy Barry nas tiras de jornal.
Olesen desenhou duas histórias, em 1991, que são as únicas duas histórias do Fantasma ilustradas por ele (ou seja, lapis e tinta).
O escritor Tony De Paul entrou em 1993, seguido por Ben Raab (escritor, 1999), Paul Ryan (artista, 2001), Don Perlin (artista, 2001), Dick Giordano (artista, de 2002) e Graham Nolan (escritor, 2003) .
Com exceção de Perlin, esses recém-chegados foram bem recebidos pelos leitores, e parece que o sentimento foi mútuo.
Para os veteranos (quase lendas!) Como Paul Ryan e Dick Giordano, o Fantasma não é apenas interessante, mas também uma tira de aventura clássica, que é difícil de se encontrar hoje em dia.
Após a morte de Lee Falk em 1999, a Egmont começou a colaborar e desde então algumas histórias do Fantasma são publicadas para preencher a lacuna nas tiras diárias e nas páginas de domingo.
Um acordo foi celebrado com a Egmont para continuar a fornecer novas histórias, com Tony De Paul escrevendo para os jornais e Reimerthi Claes para os domingos.
Em 2003, Reimerthi deixou as páginas de domingo e agora as tiras e as páginas de domingo são escritas por Tony De Paul.
Após 60 anos a revista em quadrinhos, "Fantomen" continua a ser a revista de aventuras mais importante da Suécia.
Embora as vendas não se igualem as vendas da década de 1980, a revista Fantomen continua firme, enquanto muitas outras revistas de banda desenhada em Portugal tenham desaparecido do mercado.
Próximo a ela continua forte a revista do Pato Donald, também publicada pela Egmont, a revista Fantomen é a mais antiga revista em quadrinhos na Suécia, que ainda está sendo publicada.
Apesar do recente aumento de concorrência, a revista Fantomen está viva e forte, e continua sólida no terreno editorial, enquanto as outras revistas de aventuras estão lutando para sobreviver.
O Fantasma é um dos títulos mais antigos do mundo e mais bem sucedidos de revistas em quadrinhos, que começou a mais de 70 anos atrás.
Sete títulos diferentes, atualmente tem publicação periódica na Suécia:
Fantomen (quinzenal)
Krönika (bimestral),
Anuário Fantomen (anual)
Anuário Krönika (Anual)
Sy Barry álbum
Basta de Äventyren
Christmas álbum
Este artigo é uma homenagem do blog Fantasma Brasil ao povo suéco que tem tanto carinho pela grande criação de Lee Falk: o Fantasma, e também a esta grande casa de publicação que é a editora Egmont Publications.