quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

GRANDE CLÁSSICOS DAS HQs


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Scan: Souzikas

O RETORNO DO GAFANHOTO – 100

E num breve instante de uma luta furiosa, O Fantasma domina os servos do Salvador 2...

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Tradução e Diagramação: Glaucio


GRANDES HERÓIS DA VIDA REAL

PRINCESA ISABEL



A MENINA E A MOÇA

Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança, a Princesa Isabel, filha de D. Pedro II  e de Teresa Cristina, tinha apenas quatro anos quando foi proclamada herdeira do trono; aos 14 anos, diante do senado, fazia o juramento como futura Imperatriz do Brasil.
Ao completar 18 anos, vê chegar ao Rio de Janeiro dois jovens pretendentes: Augusto, Duque de Saxe, e Gastão de Orleans, Conde d’Eu, ambos netos de Luis Felipe de França.
O primeiro veio para casar-se com Isabel, o segundo para unir-se a Leopoldina Tereza Francisca Carolina Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon, irmã mais nova da princesa Isabel.
Mas, ao primeiro contato, os casais sentiam que estavam trocados: Isabel preferia Gastão (que preferia Isabel) e Leopoldina sentia-se melhor com Augusto ( e ele com ela). A troca foi oficializada quando D. Pedro II e o Duque de Nemuors, pai de Gastão, deram o consentimento.
Então no dia 15 de outubro de 1864, Isabel e Gastão se casaram. A cidade toda correu para ver a passagem dos noivos e o desfile de carruagem da Quinta da Boa Vista ao Largo do Paço Imperial.


O casal Isabel e Gastão

Quando o padre terminou a cerimônia, o imperador entregou ao Conde d’Eu várias condecorações: a de D. Pedro I, a da Rosa, de Cristo, de S. Bento e de S. Thiago. E naquele mesmo di Gastão foi feito Marechal do exército brasileiro.
O contrato nupcial rezava que ele teria o título de imperador quando Isabel subisse ao trono, mas não tomaria parte do governo.
Em dezembro, sua irmã Leopoldina casou-se com Augusto e o Paraguai invadiu o Brasil.


O casal Leopoldina e Augusto

O Conde d’Eu insiste com D. Pedro II, para ir a guerra, mas o imperador nega sua permissão, pois sabe que a oposição não suportaria que um estrangeiro comandasse os brasileiros durante a batalha.
O conde ainda não sabia que aquele era o começo da perseguição política que ele sofreria durante toda a sua permanência no Brasil.
Uma das coisas que mais chocava o casal era a situação dos negros no Brasil: não se podia matar um escravo, mas podia-se deixa-lo passar fome até que morresse; era comum separar-se a mãe dos filhos, o marida da mulher, e quando os escravos estavam velhos e imprestáveis eram simplesmente ignorados. Se porventura algum deles fugisse, os capitães -do-mato caçavam-nos cruelmente.
Mas muitos morriam antes de alcançar os quilombos e, se um dia voltassem à fazenda, eram horrivelmente castigados.

A NEGRINHA DO CARNAVAL

Recepção no Paço Imperial. O engenheiro Rebouças, mulato, convida uma das damas da corte para dançar, mas ela se recusa e muitos assistem à cena com risinhos abafados. Humilhado, o pobre engenheiro caminha para a porta de saída quando o Conde d’Eu se aproxima e lhe comunica que a princesa Isabel o havia escolhido para abrir a dança.


Engenheiro Rebouças

Foi um verdadeiro escândalo! A branca e sedosa princesa  - que já havia escandalizado a Europa num traje de negrinha  durante as festas de Carnaval – dançando com um negro...

A IMPERATRIZ

Um dia, durante uma viagem a Europa, sua irmã Leopoldina adoeceu e morreu de Tifo em Viena. Arrasado, seu pai, o imperador D. Pedro II, e sua esposa partiram para a Europa ao encontro dos netos, malgrado os gritos da oposição contra a viagem da família real – o país mergulhara na crise pós guerra contra o Paraguai. Com apenas 25 anos, Isabel era a regente do Império!
E sua primeira tarefa como regente foi se recusar a aceitar a quantia que tinha direito como chefe do governo. Enquanto isso, o ministro Rio Branco decidia no Parlamento que, na ausência do Imperador, os poderes da princesa seriam os de uma verdadeira rainha.


Ministro Rio Branco que elevou Isabel ao status de rainha

Junto, Isabel e seu ministro, sustentavam na Câmara a Lei do Ventre Livre – todos os filhos de escravos que nascessem daquele dia em diante nasceriam livres. Foi uma luta árdua.
Mas, por mais que alguns políticos, como o romancista José de Alencar (autor de Iracema), lutasse tentando embargar o projeto, a lei foi aprovada com apenas quatro votos contra.

A OPOSIÇÃO

Dez anos de casada e finalmente Isabel esperava uma criança. Mas a linda menina morreu instantes depois do parto. Nova gravidez e nasce Pedro de Alcântara Luis Felipe Maria Gastão Miguel Maria Rafael Gonzaga. Isabel, feliz da vida, prefere ignorar os comentários ferinos liderados pelos seus inimigos da maçonaria: por que a princesa se importara o Dr. Depaul, médico francês, através de uma grande soma em dinheiro? Será que ela não confiava nos médicos brasileiros? As tendências republicanas que se acirravam contra a monarquia aproveitaram-se para atacar sobretudo o Conde d’Eu, a quem acusavam de influir na política. Era chamado de estrangeiro.

A TERCEIRA E ULTIMA REGÊNCIA

A doença de D. Pedro II levou-o de volta à Europa para tentar a cura. Isabel assumia a sua terceira regência. Na política, a lei Saraiva dava alforria aos velhos escravos, mas o povo brasileiro queria a abolição. Só os fazendeiros e senhores rurais eram contra. Isabel estava decidida: do dia 8 de maio de 1888, às 14 horas, o Ministro da Agricultura, Rodrigo e silva, apresenta, por ordem de Sua alteza Real, à Princesa Imperial Regente, a seguinte proposta:
Artigo 1. É declarada extinta a escravidão no Brasil.
Artigo 2. Revogam-se as disposições em contrário.
No dia 13 de Maio de 1888, o projeto foi aprovado. Emocionada, Isabel assinou a Lei Áurea, que libertaria mais de 1 milhão de escravos brasileiros. Da sacada do Palácio comunica ao povo a grande notícia. Foguetes espoucaram, sinos replicaram, o povo explode em entusiasmo.
Quando a princesa chegou a Petrópolis é recebida por uma chuva de flores, foguetes e vivas. Ao lado do povo, ela segue seu caminho à pe até o palácio. A frente do cortejo, ex-escravos carregam tochas para iluminar o caminho.
O Brasil jamais esqueceria esse dia e por isso o nome da Princesa Isabel entrou para a história como: Isabel, a Redentora.



ISABEL, A REDENTORA






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