sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

2012: CEM ANOS DE TARZAN



Apesar do Fantasma Brasil ser um blog especialmente voltado para divulgação da obra de Lee Falk e de seu personagem o Fantasma, como grande apreciador da Nona Arte não poderia deixar passar em branco este grande acontecimento: o Centenário da criação de “Tarzan”; afinal quem aprecia o Fantasma naturalmente também aprecia Tarzan.
Durante boa parte do século 20, o herói preferido da garotada não tinha super-poderes, não usava máscara, nem tinha identidade secreta. O encanto de suas aventuras residia em sua integração completa com a natureza, estou falando é claro de Tarzan, o homem-macaco. Ele foi um dos personagens mais populares do século 20, apareceu em dezenas de filmes, séries de TV, desenhos animados e histórias em quadrinhos, mas suas origens estão na literatura. Ele surgiu em 1912 nas páginas de uma revista pulp chamada All Story. Criado pelo escritor Edgar Rice Burroughs, que embora nunca tenha ido à Africa, criou um universo próprio para o personagem, em sua interpretação o continente ganhou um ar de mistério e magia onde a selva africana escondia civilizações perdidas e criaturas fantásticas. O homem macaco apareceu em mais vinte e quatro livros e em diversos contos avulsos escritos por Burroughs, mais tarde outros escritores como Barton Werper, Fritz Leiber e Philip José Farmer também escreveram obras com o herói. No Brasil foram lançados dezoito livros de Tarzan, publicados pela Cia Editora Nacional a partir de 1933.
Nos quadrinhos ele estreou em 1929, desenhado por Hall Foster na forma de tiras, sendo depois substituído por Burne Hogarth. Nesse período o personagem também foi adaptado para o cinema na pele de Johnny Weissmuller, e ganhou ainda mais popularidade. Apesar disso, Edgar Rice Burroughs nunca escondeu sua insatisfação com os filmes de Tarzan, que segundo ele desvirtuaram seu personagem. Ele detestava em especial Elmo Lincoln, o primeiro ator à interpretar Tarzan ainda na época do cinema mudo, que transformou seu herói em um troglodita. O Tarzan de Burroughs é selvagem, mas também sensível e extremamente inteligente, a inteligência sempre foi a arma decisiva em sua luta pela sobrevivência na selva, foi o que permitiu que ele se tornasse o rei dos macacos.
Além das tiras nos jornais, o personagem ganhou uma revista própria pela Dell Comics no início da década de 1950 com desenhos de Jesse Marsh, a EBAL lançaria esta série no Brasil em 1951 e prosseguiria publicando as histórias do herói até 1989. Nos EUA, durante este período, ele passaria por várias editoras: Gold Key, DC Comics e por fim a Marvel. Tarzan só voltaria à ser publicado no Brasil em 1998 pela editora Mythos, desta vez aproveitando material da Dark Horse (que havia adquirido os direitos em 1992) em um inusitado confronto com o Predador (aquele mesmo do cinema).
Atualmente, o homem-macaco é publicado pela Devir em uma série de encadernados baseados nas edições lançadas pela DC Comics (com desenhos de Joe Kubert). Embora o personagem já tenha vivido tempos melhores, em nosso mundo intoxicado pela tecnologia ele parece despertar um interesse renovado. E com a acelerada destruição do meio ambiente, talvez hoje em 2012, ano em que comemoramos o seu centenário, seja hora das novas gerações aprenderem com o herói a sua mensagem de respeito e integração com a natureza.
Artigo transcrito do excelente texto postado no blog Quadrinhos Antigos, nossos parabéns ao amigo Fernando.



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